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azuleazul

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Regresso...

06.09.07 | Kita

 

castelo dos mouros - sunset

 

Chegou finalmente o dia que há tanto ansiava. E agora que ele chega, sinto um nervoso miudinho, uma expectativa enorme e um receio: ver-te de novo, entre árvores, muralhas, cores e o cheiro do ar... sentir-te. Estares de novo dentro de mim, cada vez mais fortalecido... sinto que não vou escapar à minha própria memória. Sei que não vou conseguir desprender-me daquele dia em que, amigos, me conduziste serra acima e me deixaste o cheirinho do Castelo... Quero lá ir. Tenho de ir... Mas tenho medo. Não vou sozinha e sei que as recordações vão ser fortes, demasiado fortes.

 

E saber que estás ali tão perto!... E estares tão longe e tão dentro de mim...

Não sei. Sinto que vai ser um longo dia, feito passo a passo, vendo-te em cada esquina de rua, em cada pedra de calçada. E aquele medo miudinho de me deixar levar pelas emoções, pelo desconcerto que sempre causaste em mim. Acho que nunca percebeste realmente a dimensão daquilo que senti. À minha maneira, continuo a sentir. Só não talvez com a mesma dimensão, porque agora consigo ver para além de ti, consigo viver... consigo amar. Nunca um amor como o que guardo por ti - melhor, o que senti um dia por ti, com a intensidade com que a vivi. Não quero sequer voltar a amar como um dia te amei... se realmente existe um "amor da minha vida", esse meu amor foste tu. Não tenho a mais pequena dúvida. De outra forma terias sido simplesmente mais um entre outros tantos que passaram e acabaram por cair no esquecimento ou até na revolta da minha vida.

Tu não foste mais um. Foste aquele. Sabes aquela pessoa, aquele amor que só tens uma vez na vida? Tu foste o meu. O teu foi a Ana. Gostava imenso de a ter podido conhecer, para poder ver os olhos de uma sortuda. Seria?

 

Eu sou feliz. Amo, sou amada. Não se pode querer muito mais da vida. Mas tenho-te a ti também, a assombrar-me os pensamentos de tempos a tempos... consegui guardar-te dentro de mim e seguir uma vida que julguei impossível sem ti do meu lado. Mas consegui. Com a minha imensa força de vontade de conseguir viver, conseguir alegrar-me com um novo dia, conseguir simplesmente sorrir... tão banal, e tão importante para viver... Consegui com o amor em que eu não acreditava. Mas ele acreditou por mim. E é por isso que me dá vontade de chorar e amá-lo cada vez mais, lembrando o que ele fez por mim. Aquele poço era tão fundo... penso que estive a chegar lá e quase me acomodei na minha própria tristeza e solidão.

 

Sim, vou reviver-te amanhã, em cada recanto, sentir o teu cheiro que já não sei qual é, pairar nos pedaços de ar que respiro. Lembrar-me do dia em que me levaste ao cimo da Serro e já não conseguimos ir ao cimo do castelo ver a paisagem tão previlegiada. Amanhã se lá for, vou olhá-la por ti e por mim. Por aquele dia. Por nós. Pelo beijo que nunca demos. Pelo meu amor...

Até logo... amor da minha ténue vida.

 

Da tua sempre,

Kita, a princesa manguinha

 

1 de Setembro de 2007, pela 1h58 da madrugada.