color=0099CC>Vagueei por mundos impensáveis
Vagueei como nunca pensei, errante na vida
Um caminho sem vida a percorrer
Continuei a andar sem olhar, sem me aperceber...
A perdição, a falta de amor-próprio, a falta de mim...
Um mundo do outro lado da vida,
Sombrio, arrepiante de dor recortada pela vã esperança
A esperança de um fim, de um amor perdido que nuca se ganhou...
A esperança de não rolar mais naquele chão de histórias
Que não quero ouvir contar...
Uma esperança de viver o que não viva...
Um sinal, um reaparecimento longínquo esfumando-se nas horas
Uma alegria ingénua de quem vive fora de tempo, fora da realidade
Esperança... esperança vã e cinzenta que recortava os meus dias.
Sol, uma luz, um sentimento desconcertante batendo dentro de mim
A alegria numa só palavra, numa simples manifestação de ti...
Um sonho grande, encerrado numa minúscula bola pequenina azul
Pairando por entre o cinzento carregado... eu.
Tu. Eu era só tu. E tu eras milhares de coisas espalhadas pelo teu mundo
Onde só de vez em quando eu reaparecia, vestida de azul...
Onde estava a minha alma nessa vida?
Em ti, em ti, em ti...
Simples boneco, simples marioneta nos braços do tempo
O tempo que se me escapava por entre os dedos... olhava-o sem perceber.
As forças... fecho os olhos e vasculho minha alma
Procuro sentimentos, pensamentos enterrados...
Inércia de quem já não se encontra, não sei quem sou... quem era...
Uma bolha de ar pairando sob o céu, sem piedade
Frágil como só ela pode ser... e eu era ela. Sem dó de mim.
Um contorcer de dor não-calmante, entregue a mim mesma...
Entregue a uma existência desprovida de vida...
Entregue ao meu próprio caminho, que tive de decidir construir...
Futuro sem horizonte, existir sem mar dentro da alma.
Alma seca de amor, seca de paz, confiança... coragem!
Abanam-te, abre os olhos, consegue ver o nascer do sol
Que brilha à tua janela a cada manhã... e tu nunca contemplas.
Um ser demasiado cansado, só quero fechar os olhos, deixem-me só respirar...
Alma seca... amor... paz... confiança... coragem!
Alma dorida pelo tempo, coração desgastado por lágrimas sem valor
Coragem ainda para ver em ti a luzinha...
Um brilho que busquei e quis apagar em mim.
Desepero, refúgio no nada que habitava cada vez mais na alma
Insistência vã num brilho constante, cada vez mais aqui
Insistência num futuro sem futuro
Numa alma vazia de tudo...
Insistência redentora, que pacifica a alma e faz brilhar o coração mole da dor...
Dor esfumegante, ofuscada pelo brilho do teu olhar... de um amor.
Incondicional, paciente, nunca deixaste de brilhar para mim
Inundaste a minha alma da tua luz
E brilhas em cada parte de mim
Brilhas... como nunca.
Kita , 3 Setembro 2005, 01:47
(Nunca nesta vida te conseguirei agradecer plenamente o teu brilho, aquele que trouxeste contigo e depositaste no meu coração...).
Para ti, o meu anjinho sem asas...