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azuleazul

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O meu mundo...

26.09.05 | Kita


O mundo em que eu piso não é só feito de água de lágrimas, de prantos incessantes, de almas perdidas e corações doridos...
O meu mundo tem um azul escuro, que me dá a felicidade um dia perdida, me reconforta a alma quando ela está prestes a esconder-se no íntimo da sua dor...
O meu mundo é uma praia onde por vezes estou só, a sussurrar pensamentos ao mar e a encher-me da sua brisa calmante... é uma praia onde por vezes estou com o meu anjinho e nos enchemos um do outro, numa cumplicidade alheia a tudo e todos...

O meu mundo é esse anjinho, que outrora voou de outras paragens e veio pousar no meu coração... sem que eu pedisse. É ele que me dá a cada dia a vontade de sorrir, a vontade de amar... é ele que provoca as mais belas sensações, as mais bonitas palavras proferidas, os mais lindos sentimentos que ficam a sorrir dentro do meu coração quando o vejo ao meu lado, dormindo... um anjo que tenho a imensa sorte de ter na minha vida, um anjo que liberta a dor e me transporta para a minha nuvem de algodão...
um anjo que trouxe a vida com ele e me deu a conhecer o verdadeiro significado do amor, das lágrimas de alegria, da plenitude da caminhada terrena...

Um simples anjo sem asas que voou para mim... e me ensinou a viver e a agradecer cada dom, cada pedaço de dia que respiro junto dele...


Kita , 26 Setembro 2005.









Ser vagueante...

23.09.05 | Kita

Corpo sem corpo
Vida sem vida
Alma perdida
Sem saber para onde ir
Vagueante, indefinidamente
Vou fazendo o meu caminho ao caminhar
Tarefa difícil, esta de viver
Vou vivendo,
Vou voando
Pelo meu mar de cores
Pelo meu universo de pensamentos
Vou sendo eu e sendo quem não sou
Quando não sei por onde ir...
Vou... mas não sei para onde.

Kita , 23 Setembro 2005.

Desabafo de uma perfeccionista

19.09.05 | Kita


Um desabafo é tudo o que se pode fazer quando nos sentimos derrotados... talvez me sinta assim, talvez seja o meu ser perfeccionista que se sente abalado...

Será que viver dentro de um ser perfeccionista é mau? Será que nos deixa ser felizes? Neste momento esse meu ser desvaneceu-se um pouco e talvez me tenha rendido às evidencias de que não sou perfeita, aquela que faz sempre tudo bem, aquela que sempre conseguiu o que quis...

Sempre lutei pelos meus sonhos, pelos meus objectivos e agora sinto-me num beco sem saída... estou na estrada que já não deveria estar a percorrer e a minha alma sente-se como que a regredir num espaço que não é o meu. Já não deveria pertencer aqui, já deveria estar longe e no entanto permaneço neste mundo.

Será que dei tudo de mim? Penso que sim... apesar de o meu lado perfeccionista me dizer que poderia ter feito muito melhor e ter seguido o meu rumo sem pausas pelo caminho... sinto-me fora do meu corpo, sinto a minha alma vaguear por sítios que conheço tão bem e se tornam agora sombrios à minha passagem... Não deveria ser tão perfeccionista... mas o facto é que sou, sempre o fui e sempre foi isso que me levou além. Sempre tive a força de continuar, sempre o ânimo de seguir em frente e agora sinto-me incurralada, sem nada já poder fazer...

Por vezes sinto-me cansada, cansada da vida e de mim mesma. Luto tanto por mim e pelos meus sonhos e no final, o que obtenho? Cansaço e perspectivas de nada... valerá sempre a pena lutar, mas o futuro e o tempo por vezes não perdoam um atraso, um deslize...

Tenho simplesmente de encarar a vida com os olhos com que sempre olhei, e seguir em frente. A vida tem imprevistos, pausas, caminhos que nunca sabemos onde vão dar... eu vou seguir este e tentar tirar o melhor proveito do que ele me der... só espero ter força para isso e chegar a algum lado bom...


Kita , 19 Setembro 2005.

A outra vida

13.09.05 | Kita



color=”0099CC”>Vagueei por mundos impensáveis
Vagueei como nunca pensei, errante na vida
Um caminho sem vida a percorrer
Continuei a andar sem olhar, sem me aperceber...
A perdição, a falta de amor-próprio, a falta de mim...
Um mundo do outro lado da vida,
Sombrio, arrepiante de dor recortada pela vã esperança
A esperança de um fim, de um amor perdido que nuca se ganhou...
A esperança de não rolar mais naquele chão de histórias
Que não quero ouvir contar...
Uma esperança de viver o que não viva...
Um sinal, um reaparecimento longínquo esfumando-se nas horas
Uma alegria ingénua de quem vive fora de tempo, fora da realidade
Esperança... esperança vã e cinzenta que recortava os meus dias.
Sol, uma luz, um sentimento desconcertante batendo dentro de mim
A alegria numa só palavra, numa simples manifestação de ti...
Um sonho grande, encerrado numa minúscula bola pequenina azul
Pairando por entre o cinzento carregado... eu.
Tu. Eu era só tu. E tu eras milhares de coisas espalhadas pelo teu mundo
Onde só de vez em quando eu reaparecia, vestida de azul...
Onde estava a minha alma nessa vida?
Em ti, em ti, em ti...
Simples boneco, simples marioneta nos braços do tempo
O tempo que se me escapava por entre os dedos... olhava-o sem perceber.
As forças... fecho os olhos e vasculho minha alma
Procuro sentimentos, pensamentos enterrados...
Inércia de quem já não se encontra, não sei quem sou... quem era...
Uma bolha de ar pairando sob o céu, sem piedade
Frágil como só ela pode ser... e eu era ela. Sem dó de mim.
Um contorcer de dor não-calmante, entregue a mim mesma...
Entregue a uma existência desprovida de vida...
Entregue ao meu próprio caminho, que tive de decidir construir...
Futuro sem horizonte, existir sem mar dentro da alma.
Alma seca de amor, seca de paz, confiança... coragem!
Abanam-te, abre os olhos, consegue ver o nascer do sol
Que brilha à tua janela a cada manhã... e tu nunca contemplas.
Um ser demasiado cansado, só quero fechar os olhos, deixem-me só respirar...
Alma seca... amor... paz... confiança... coragem!
Alma dorida pelo tempo, coração desgastado por lágrimas sem valor
Coragem ainda para ver em ti a luzinha...
Um brilho que busquei e quis apagar em mim.
Desepero, refúgio no nada que habitava cada vez mais na alma
Insistência vã num brilho constante, cada vez mais aqui
Insistência num futuro sem futuro
Numa alma vazia de tudo...
Insistência redentora, que pacifica a alma e faz brilhar o coração mole da dor...
Dor esfumegante, ofuscada pelo brilho do teu olhar... de um amor.
Incondicional, paciente, nunca deixaste de brilhar para mim
Inundaste a minha alma da tua luz
E brilhas em cada parte de mim
Brilhas... como nunca.



Kita , 3 Setembro 2005, 01:47
(Nunca nesta vida te conseguirei agradecer plenamente o teu brilho, aquele que trouxeste contigo e depositaste no meu coração...).
Para ti, o meu anjinho sem asas...