Porquê...
The waves of destiny?
3 horas da manhã. E eu continuo aqui, de caneta em punho e pensamentos a mil.
Acho que é daqueles momentos em que me apetece escrever simplesmente porque sim.
Porque as letras lavam a alma. Uma alma suja de um mundo inútil que não sabe amar.
Porque cada rasgo de tinta me aproxima mais de mim própria e do meu eu interior.
Porque ao escrever não sou ninguém. Sou só eu. Simplesmente eu.
Porque escrever dá-me liberdade. Liberdade de gritar em silêncio, um grito que permanece no papel e me deixa ser eu.
Porque escrever me faz, ainda que por vezes tenuamente, um pouco mais feliz.
Porque ao escrever, posso sonhar e voar. Ser tudo e todos. Fechar os olhos para o mundo real e abafar a tristeza com um simples punhado de areia e o som de uma onda do mar a bater nas rochas ou a desmaiar aos meus pés.
Porque ao escrever cada letra sinto tudo e não sinto nada. Sinto a tristeza a cada traço de tinta...
Porque as letras lavam a alma. Já disse. Eu sei. Mas é essa a verdadeira e mais pura razão. Não escrevo simplesmente porque sim. É porque gosto. E apesar de por vezes as palavras serem tantas e tão intensas e mesmo assim não quererm ficar marcadas no papel, eu continuo a tentar.
Porque escrever faz bem. Lava a alma, sim, mas também lava o coração, por vezes tão cansado de uma vida que não deveria ser minha. Ou deveria? Quem sabe os desígnios do Destino...
O meu é escrever. Escrever para ser eu num mundo sem poetas ou escritores. Num mundo que não sabe o verdadeiro significado de uma letra. Que poder!
Escrevo porque sonho, porque sinto, porque choro, porque rio, porque salto, porque morro, porque... vivo.
Escrevo simplesmente para viver.
E vivo simplesmente para escrever.
Kita
19 de Abril de 2010, 3h24