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azuleazul

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Perdida...

15.11.06 | Kita

Há muito tempo que não me liberto. Sinto-me perdida de mim mesma, presa à realidade mundana que não me deixa voar para as minhas paragens...

Sinto a minha alma fria. Sou só sentimentos e emoções que não sei, não conheço, não quero sentir... estou fria, como o tempo lá fora, como este vento que ouço soprar com tanta fúria lá fora, por esta janela perdida...

Anoitece. Fim de tarde. Fim de vida. Mais um dia, menos um sonho. Olho-me ao espelho e vejo o meu interior. A minha alma eternamente sonhadora e perdida, desfasada da realidade e do tempo... sinto a minha alma fria. Como este dia.

Fecho os olhos e olho para dentro de mim. Agora sou a minha realidade, sou o meu sonho e viajo dentro do meu próprio ser. Não sei para onde vou, não sei se quero ir... sonho e apetece-me voar para o meu cantinho de nuvens de algodão. Dentro de mim há um mundo. Só o consigo ver quando fecho os olhos e vejo a minha alma dentro de mim. Esqueço o mundo lá fora, a realidade desapareceu e sou simplesmente eu.

Respiro fundo e fecho os olhos para me conseguir ver... e escrevo, continuo a escrever de olhos fechados, onde só o barulho das teclas me liga à realidade mundana. É aí que consigo voar e sentir a paz que necessito para me sentir eu. Para ser viva. Para ser alma. Para ser o que sou. Preciso do azul do céu, do branco das ondas do mar, do quente da areia da praia, do som e cheiro a maresia...

Sinto-me presa, incurralada, preciso de liberdade para ser. Simplesmente ser.

Desligo-me do mundo. Só assim consigo viver. Só assim consigo voltar a ser eu. E voo dentro de mim... num sonho que me percorre a alma. Num sonho que se entranha em cada pedaço de mim...

Kita, 15 de Novembro de 2006

 

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